Tiques, tocs e manias: atire a primeira pedra quem não tem! Olhe para sua vida, quantas vezes só hoje você olhou no relógio, mesmo sabendo que a hora não havia praticamente mudado, mas você preferiu acreditar que sim. E você que usa óculos, quantas vezes arrumou esse fundo de garrafa sobre seu suporte nasal, na última meia hora?
Essas manias são absurdamente normais, às vezes penso que são elas que o tornam um ser humano comum, mas com algumas características próprias, individuais. Ser muito certinho, dentro dos padrões comuns o tempo todo, é ridículo.
O medo de ser diferente nos aprisiona, é como se nos colocassem em uma camisa de força, é difícil se mexer. Quando com uma mão aceitamos um padrão, por temer reagir a ele, com a outra dizemos adeus à espontaneidade e liberdade. Muitas vezes os tiques e manias são uma válvula de escape, pela qual damos vazão às emoções e bloqueios.
Vamos analisar, algumas manias são corriqueiras, quase que imperceptíveis, mas não para um bom observador: manias como se incomodar com objetos fora do lugar ou tortos, tomar banho lavando as partes da máquina-corpo em uma ordem, mania de verificação ou checagem (a galera que força a porta de casa antes de sair até quase arrancar a maçaneta, ou antes de abandonar o carro na rua, checa todas as portas, mesmo com trava automática) e a melhor, minha preferida, a mania de limpeza.
Mas até no mundo possível de manias nós encontramos as excepcionais, e essas possuem nomes interessantes: rinotilexomania (hábito incontrolável de colocar o dedo na nareba para retirar muco), grafomania (é a mania de “escritor”, pessoas que escrevem compulsivamente), dromomania (essa provoca no indivíduo uma vontade incontrolável de passear, correndo ou andando a fim de experimentar novas experiências visuais).
Notas do autor: brincadeiras à parte, é necessário ressaltar que existe uma linha tênue entre tiques/manias e o TOC; o mesmo é um transtorno que gera sofrimento e o torna escravo de sua prática, portanto, é importante observarmos nossas manias, prestando atenção em nós, e caso as mesmas se agravem, a melhor atitude é procurar um médico.