Nesta edição, o Kara do Koelle homenageará o Outubro Rosa, um movimento mundial que tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama. Como representante e defensora da causa, entrevistamos a Erica Aparecida Cintra Brina, corretora de seguros e mãe de aluno do Colégio Koelle, que contraiu a doença e hoje é uma forte apoiadora da campanha.
Como você se sentiu diante do diagnóstico de câncer de mama?
Erica: Quando recebi o diagnóstico fiquei anestesiada, não queria acreditar ao ler a palavra “Carcinoma”. Tive a sensação de que se abriu um buraco no chão e eu caí.
Como você encarou o tratamento a que se submeteu?
Erica: Foi bem difícil, pensava muito em meus filhos e em minha família, pois não sabia o que iria acontecer comigo. Emocionalmente fiquei muito abalada.
Comecei a ver e sentir as mudanças em meu corpo, pois é um tratamento super agressivo, que pode trazer sequelas para o resto da sua vida. Era uma mistura de emoções e pensamentos tanto bons quanto ruins. Minha vida virou de ponta cabeça.
O que me ajudou muito foi ter o apoio e ajuda de meu esposo, que esteve ao meu lado durante todo processo, alguns amigos e familiares também.
Nessa hora, essas pessoas fizeram a diferença, mesmo que com apenas uma palavra, pois é um processo bem difícil, doloroso e só quem passa sabe como é.
Procurei conversar com algumas pessoas que já tinham passado por esse tratamento, para ouvir suas experiências e, assim, adquirir força e coragem para enfrentar e superar esse processo. Enfim, juntei todas as minhas forças para enfrentar esse desafio da vida, e superá-lo.
Como se deu a sua passagem de uma pessoa vulnerável para se transformar em alguém atuante, defensora da causa?
Erica: Esse acontecimento foi muito impactante na minha vida, pois eu não tenho histórico de câncer de mama na minha família, então não pensava que isso poderia acontecer comigo. Sempre me cuidei. Mas de repente aconteceu, e meu mundo caiu.
Eu comecei a passar por todo o processo, que, até então, eu só ouvia das pessoas que já tinham passado. Hoje vejo que esse problema pode afetar qualquer pessoa.
Mas superei e dou Graças a Deus por ter tido condições e acesso ao tratamento, pois sabemos que é muito difícil e muitas pessoas não têm essa oportunidade, por falta de conhecimento, por dificuldades financeiras, entre outras.
A mama para a mulher é sinal de vida, pois quando se torna mãe, o alimento mais importante que ela pode oferecer ao seu filho é o leite materno. E com essa doença, muitas não conseguem ter a oportunidade de amamentar seus filhos e algumas chegam a nem ter filhos.
Qual a importância da prevenção para evitar que milhares de mulheres recebam todos os anos diagnóstico de câncer de mama?
Erica: Digo que é muito importante as mulheres cuidarem-se, fazer o autoexame todo mês e a mamografia anualmente. E, ao perceberem qualquer alteração, procurar um médico imediatamente. Por exemplo: o meu tipo de câncer foi diagnosticado pela mamografia, ele não era palpável (não existia um nódulo formado), ele era um tecido gelatinoso. Se eu não tivesse realizado a mamografia, não sei quando ou como teria descoberto o câncer.
De que maneira o Outubro Rosa contribui para a conscientização da importância de se submeter periodicamente à mamografia?
Erica: Acredito que toda campanha realizada na mídia, nos hospitais, laboratórios, alertando para a realização do exame de mama, faz com que as mulheres se atentem para o problema e parem um minuto para pensar em si. Essa é uma das doenças que mais mata mulheres no Brasil, quando não descobertas e cuidadas a tempo. Hoje, 70% dos casos são descobertos em estágios muito avançados.
Qual foi a sensação ao ouvir que estava livre da doença?
Erica: A sensação é maravilhosa, é um alívio, parece que você nasceu para uma nova vida.