Enzo Kaneko Ebert

Entrevista com Enzo Ebert sobre intercâmbio

Categoria: Artigos Educação Entrevistas Social

O ex-aluno, Enzo Kaneko Ebert, que se formou no Ensino Médio, após estudar no Colégio desde o Ensino Fundamental l, ministrou uma palestra para os professores do Ensino Fundamental II sobre as perspectivas educacionais de um aluno intercambista. Enzo fez intercâmbio no Canadá em 2018 e relata a sua experiência na entrevista abaixo:

O que o motivou a fazer intercâmbio no Canadá?


Além do intuito de aprimorar meu inglês, pesou o meu interesse de conhecer um país com um sistema educacional mais flexível e com diversas oportunidades fora e dentro da sala de aula. Isso possibilita aos alunos desenvolver suas habilidades a fundo e conhecer novos lugares, novas pessoas e novas culturas.

Acabei me interessando pelo Canadá por isso e porque queria um lugar que fosse bem receptivo aos alunos internacionais. Os canadenses têm fama de serem muito educados e esse é um fato que eu presenciei estando lá.

O período de adaptação foi difícil? Qual a maior dificuldade? E a maior alegria?

O período de adaptação foi um pouco difícil. Adaptar-se a uma nova cultura, a uma nova realidade, a uma nova família e a uma nova escola não é fácil. Porém, assim que eu me acostumei com tudo, não queria mais voltar.

Acredito que a maior dificuldade foi fazer amigos no começo do ano. Durante as primeiras semanas, eu almoçava sozinho no refeitório e também não saía muito de casa. Porém, após uma semana de aula, passei a fazer vários amigos, comecei a lanchar com eles e também a passear e descobrir novos lugares em Burnaby (cidade em que morei). 

Os amigos que fiz nessas primeiras semanas de aula acabaram se tornando meus melhores amigos e mantenho contato com todos até hoje. Tive dois momentos de grande alegria.

A primeira foi quando sonhei a primeira vez em inglês. Parece algo sem importância, mas para alguém que está desenvolvendo fluência em uma língua diferente, isso significa bastante. E no dia em que eu voltei para o Brasil, por mais que fosse um dia triste, e confesso que chorei bastante, aquele dia foi muito marcante.

Me despedi dos amigos e professores da escola, da minha host family e, por último, dos amigos mais próximos que foram ao aeroporto. No caminho para o aeroporto, pude notar o quão feliz eu estava com tudo que aprendi e experienciei e por todas as lembranças que eu iria carregar comigo para sempre. 

Quais as principais diferenças entre o ensino de lá e o daqui?

A partir da minha experiência, acredito que há 3 principais diferenças entre o ensino de lá e o daqui. A primeira, o protagonismo dos alunos nas atividades da escola.

Durante o semestre em que fiquei lá, pude notar que os alunos sempre são os que tomam as iniciativas. Seja para organizar eventos, criar diferentes clubes ou até propor projetos e inovações para a escola. A segunda, a flexibilidade na escolha dos cursos. Como os alunos podem escolher as aulas que eles desejam cursar ao longo do Ensino Médio, é muito comum você ver alunos se aprofundando em diversos tópicos e desenvolvendo projetos de iniciação científica no final do ano.

No último ano do Ensino Médio, é possível que eles já estejam cursando aulas que são do primeiro ano de graduação da faculdade e têm a opção de transferir os créditos. Por exemplo, no último ano de matemática, os alunos têm aula de cálculo e aprendem derivadas e integrais.

Outro benefício disso é que também há aulas para os alunos que não querem se aprofundar naquele tópico específico e preferem aprender em um ritmo mais devagar.

E, por último, as diferentes formas de cobrança. Entre as aulas que cursei, tive que escrever redações acadêmicas, apresentar vários projetos, preparar e executar relatórios de laboratório e fazer quizzes. Essas formas de cobrança não só avaliam o conteúdo aprendido em sala de aula, mas também desenvolvem habilidades de criatividade, organização, curiosidade e, principalmente, a independência do aluno para descobrir sua paixão e desenvolvê-la.

Também destaco os quizzes que eram avaliações semanais que ajudavam os alunos a absorver melhor a matéria e diminuir o conteúdo das provas finais. 

Quais as dicas que você dá para quem pretende fazer intercâmbio?

Vá para um lugar que você tenha curiosidade de aprender sobre ou interesse de viajar. Não tenha medo das experiências. Esteja pronto para aprender bastante dentro da sala de aula, mas muito mais importante, fora da sala de aula.

Tenho certeza que as experiências que você viver no intercâmbio, as novas culturas que você conhecer e amizades que você fizer estarão para sempre com você.

Esteja pronto para se arrepender e para se frustrar diversas vezes. Mas se você abraçar tudo isso e estiver aberto para sair da sua zona de conforto, você vai aprender que é muito mais do que acreditava ser. 

O que mudou na sua vida após esse período em que você estudou no Canadá?

Acredito que a experiência do intercâmbio vai muito além de se aprofundar em uma língua estrangeira. Durante o tempo em que estudei no Canadá, percebi o quanto que a valorização que se dá para a educação e para os professores faz uma enorme diferença e o quanto nossos professores daqui são tão especiais e únicos.

Quando a capacidade intelectual e cultural de um professor é trabalhada ao máximo, com a curiosidade e paixão de um aluno, as mudanças e impactos em uma sociedade são evidentes. Aprendi também que um aluno é muito mais que uma nota ou uma avaliação. No final do dia, acredito que o que faz a diferença é o que você faz com esse conhecimento e as mudanças que produz com ele.

Por último, o período em que estudei no Canadá reafirmou meu desejo e interesse de fazer faculdade no exterior.

Recebi respostas positivas tanto de faculdades no Canadá quanto nos Estados Unidos e Reino Unido. Agradeço profundamente aos professores que tive no Colégio Koelle, desde o 1º ano do Ensino Fundamental até o 3º do Ensino Médio.

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